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O Sr. Futebol
Como boas estrategas militares que somos, temos de ter noção de que há guerras que não vale a pena comprar. O desporto-rei é uma delas. Das duas uma: ou bem que escolhemos alguém que não aprecie particularmente o dito (porque também os há, são uma espécie rara mas comprovada factualmente) ou bem que nos aguentamos à bronca. Não vale a pena esbravejar, enfurecer-se ou tentar mudar hábitos arraigados. E nem pensem em puxar da tática "ah se me amasses verdadeiramente farias isto ou aquilo...!" Não funciona, acreditem.
- Mas....vais outra vez ao futebol??
- Vou, combinei com o Sousa.
- Então mas agora é sempre isto??? E nós, já não vamos a lado nenhum??
- Vamos, mas não é hoje.
- Temos de falar.
Erro, erro crasso de timing. O tão temido "temos de falar" antes de um meeting futebolistíco?? Se habitualmente os homens já reduzem a capacidade auditiva para metade depois das três palavrinhas mágicas, no caso destas precederam um jogo a percentagem é de 10%. Nós estamos ali a chorar baba e ranho e eles estão a pensar que estão a atrasar-se e que é o Sousa quem tem os bilhetes. Não conseguem ver o alcance da coisa. E então na cabecinha deles só há duas hipóteses. Ou se chateiam agora ou se chateiam depois do jogo. Ora...
Mulheres, aí vai um conselho: esqueçam. Se acham que vale a pena ( porque pode não valer, não é verdade...) levar com a roupa espalhada pelo chão e as toalhas encharcadas em cima da cama, façam por ignorar os berros em frente à televisão, síndrome dos verdadeiros treinadores de bancada, e olvidem de vez os domingos perdidos. Nada de ficar em casa a remoer angústias existenciais e a preparar vinganças maléficas com jejuns de três semanas. Vão sair com as amigas, que o que não falta por aí são companheiras de infortúnio, vão ao ginásio, vão ver a exposição / o filme que tanto aguardaram. Ou então aprendam a gostar de futebol. Também está muito na moda.
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