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Aparentemente isto está outra vez muito em voga :
Ora, não sei se se passa o mesmo convosco mas no meu imaginário pseudo-romântico, o lencinho no bolso faz parte de todo um ideal de cavalheiro pronto a ajudar uma damsel in distress, oferecendo prontamente o pedacinho de pano devidamente perfumado. E hoje em dia há cavalheiros? Com menos de 60 anos, pelo menos ? Suponho que haverá mas ô espécie difícil de encontrar... Sem querer parecer Velho do Restelo mas já sendo, este egoísmo e falta de atenção das novas gerações para com o belo sexo é algo que me choca imenso. Obviamente que machões sempre houve e malcriados também mas hoje em dia o que me deixa abismada é sobretudo a indiferença. As próprias mulheres já adquiriram por sua vez tal camada de defesas que provavelmente se alguém lhe oferecesse um lencinho elas disparariam de imediato um " oh amigo mas isto já andou onde... ". Reflexões comportamentais à parte, não consigo deixar de associar esta tendência a um picozito excessivo de vaidade. E tipo que passa mais tempo ao espelho do que eu, é para despachar na hora, livra.
E então aí estava eu a kizombar quando vi na pista de dança um casal igualmente habituée nestas andanças. No entanto a mulher dançava com outro que não seu marido. Nada de mais, é comum e cada um é que sabe da sua vidinha. E eis que o dito marido pega noutra moçoila para dançar e como quem não quer a coisa espeta o dedinho do meio à querida esposa. Com a mãozinha da aliança e tudo.
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Meus amigos, que fariam vocês se a vossa cara-metade vos fizesse tal gesto de tão pouco agrado? Eu cá provavelmente deceparia o dito na hora mas isso sou eu que tenho mau feitio. E também pode ser a falta das aulas de body combat a falar. Tenho pavor das faltas de respeito. Apesar de me considerar uma optimista fundamentalista, acho que há sempre qualquer coisa de irremediavelmente perdido no primeiro palavrão, no primeiro empurrão e afins. De qualquer modo fiquei arrependidíssima de ter visto a cena. Logo eu que danço sempre de olhos fechados, livra. Ah, e passado algum tempo lá estava o casal a dançar agarradinho, muy calientes, como se nada fosse. E uma pessoa é que fica a pensar nestas coisas. Inconscientes, pá.
Eu : E então? Ele parece bastante interessado!
Ela : Nem penses!! Então por causa de 100 gramas de chouriço, tenho que ficar com o porco todo???
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Isto não está fácil para vocês, amigos...
Queremos mesmo saber o passado amoroso dos nossos actuais companheiros? No fundo, no fundo... queremos. É mais forte que nós, é uma curiosidade que se insinua pouco a pouco e que basicamente é só um desejo de superação camuflado. Porque o que quer que aquela alminha tenha sido ou feito, nós havemos de ser mais e melhores.
Agora... devemos ser agraciados com pormenores de todo um background sentimental do feliz eleito? Não. Não. Não. Nem pensar. Vade retro. Esconjuro. Nas palavras sábias de uma amiga minha... a ignorância é uma benção. Há coisas a evitar.
Pérola dixit :
Porquê Senhores, porquê?
Porque mantemo-nos em relações tóxicas mesmo quando a evidência da toxicidade nos assoberba com todo o seu peso?
A verdade é que os nossos medos são de tal modo avassaladores que nos fazem preferir uma realidade que já conhecemos a um qualquer panorama incerto. Prisões de alta segurança guardadas pelo pior tipo de guardas : nós próprios.
Neste mundo de facilitismos e da valorização suprema de realizações imediatas... Poupem-nos Senhores, a sério... Ou melhor, não nos poupem... esforcem-se, vão à luta, mexam-se e não esperem que a sorte grande vos caia em cima. O que eu tenho visto de encolher os ombros por aí fora...
A sério.. Mexam-se. Vão ver que não custa nada.
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